A Intel está acelerando o desenvolvimento de seus processadores de próxima geração, enquanto a sua equipe de design principal embarca na criação de uma nova arquitetura com o nome de código "Griffin Cove". Esta iniciativa marca um passo significativo e ousado na tecnologia de processadores para a empresa. Recentemente, Ori Lempel, engenheiro principal sênior da Intel para o design do núcleo, revelou em uma entrevista que a equipe começou a exploração de Griffin Cove após a conclusão da arquitetura de Cougar Cove. Esta exploração está três gerações além do atual Lion Cove, que será a pedra angular para os processadores Razer Lake. Esta revelação oferece aos entusiastas de tecnologia um vislumbre do roteiro de produtos futuros da Intel e demonstra a estratégia renovada da empresa em seleção de processos.

Panther Lake: uma mudança fundamental em 2025

Antes de se aventurar no desenvolvimento do Griffin Cove, a Intel finalizou a arquitetura Cougar Cove, destinada a ser utilizada em um sistema-on-chip (SoC) com o codinome Panther Lake. Este está programado para estrear no segundo semestre de 2025. O Panther Lake é uma parte crucial da série Core Ultra 300 da Intel, desenvolvida especificamente para dispositivos móveis, sem uma versão para desktop planejada. Este processador contará com o processo 18A e incorporará núcleos de desempenho Cougar Cove, núcleos de eficiência Darkmont, núcleo gráfico Xe3 "Celestial" e a Unidade de Processamento Neural de quinta geração (NPU 5), aumentando substancialmente as capacidades de IA e eficiência energética.

O desenvolvimento do Panther Lake está progredindo sem problemas, como John Pitzer, vice-presidente de relações com investidores da Intel, mencionou que as taxas de rendimento são normais e até mesmo ligeiramente superiores às dos processadores anteriores do Meteor Lake. Além disso, a ferramenta de diagnóstico de hardware AIDA64, na sua versão mais recente 7.65, estendeu o suporte ao Panther Lake, refletindo sua fase de teste avançada. O Panther Lake estará disponível em várias configurações, como a série PTL-H de alto desempenho (composta por quatro núcleos de desempenho, oito núcleos de eficiência energética e quatro núcleos de ultra-baixa potência, totalizando 16 núcleos e 16 threads) e a série PTL-U de baixa potência (com 4 núcleos de desempenho e 4 núcleos de ultra-baixa potência, totalizando 8 núcleos e 8 threads). Além disso, modelos selecionados incluirão 12 núcleos Xe feitos no processo N3E da TSMC para os núcleos maiores, enquanto os núcleos menores utilizam o próprio processo Intel 3.

Apesar de seu lançamento agendado para o final de 2025, a produção em massa de Panther Lake será adiada até o primeiro trimestre de 2026. A Intel oferecerá um número limitado de chips a parceiros estratégicos através do Programa de Habilitação Temprana (EEP) para apoiar iniciativas de desenvolvimento de PCs de IA. Esta estratégia de lançamento espelha o padrão de lançamento do Lago Meteor e do Lago Lunar, inicialmente estreando e, em seguida, aumentando gradualmente a produção.

Griffin Cove: pioneira em uma abordagem de core de desempenho completo

O Griffin Cove, que sucede o Cougar Cove, será apresentado no processador Razer Lake, que deve estrear em 2026 ou 2027. A especulação da indústria sugere que a Intel pode optar por um design de núcleo de desempenho completo (P-Core) no Razer Lake, afastando-se da arquitetura híbrida convencional de núcleos de desempenho e eficiência para alcançar o desempenho máximo. Se for realizado, isso representaria uma mudança considerável na filosofia de design de processadores da Intel, com o objetivo de competir diretamente com rivais de alto desempenho como a AMD.

Embora as especificações de Griffin Cove permaneçam não reveladas, seus passos de desenvolvimento indicam a estratégia de concorrência de mercado de longo prazo da Intel. Lempel observa que a equipe de projeto de CPU da Intel alcançou uma flexibilidade "99% independente de nó de processo", significando que a nova arquitetura pode ser adaptada a várias aplicações e processos. Essa adaptabilidade amplia as possibilidades de desenvolvimento da Griffin Cove - seja aproveitando o processo 14A da Intel ou colaborações contínuas com a TSMC - para otimizar o desempenho, o rendimento e a prontidão de mercado.

Seleção de processos transformadores: emergência da estratégia de fonte dupla

Historicamente, a Intel confiava fortemente em seus nós de processo sob a estratégia "IDM 2.0" de Pat Gelsinger. No entanto, os desafios com o desempenho do processo interno e o rendimento amorteceram a competitividade do produto, levando a uma reavaliação da estratégia da cadeia de suprimentos. Lempel reconhece que a dependência exclusiva de nós internos anteriormente "levava a obstáculos", enquanto que hoje, a Intel muda para uma estrutura de seleção de processos mais aberta.

A adoção de uma filosofia de projeto "agnóstica do nó de processo" permite que a Intel navegue de forma flexível entre seus serviços de fundição Intel (IFS) e fundições externas, como a TSMC. Por exemplo, enquanto alguns núcleos de Panther Lake são fabricados pela TSMC, outros são construídos no processo 18A da Intel. Michelle Johnston Holthaus, CEO de Produtos da Intel, reiterou que a colaboração com fundições externas continua sendo uma opção para garantir a robustez e a competitividade no fornecimento de semicondutores.

O processo Intel 18A é parte integrante do Panther Lake, com densidade de transistor e eficiência energética supostamente alinhados com os processos N3 e N2 da TSMC. A Intel também planeja introduzir um processo 14A ainda mais avançado em 2026, utilizando litografia EUV de alta NA para aumentar a densidade de transistores e a eficiência energética para arquiteturas futuras, como Griffin Cove. Paralelamente, a Intel está envolvida em um programa de colaboração com a TSMC para explorar um processo de 2 nm para processadores de sucessão como o Nova Lake, garantindo diversidade em suas opções de processo.

A jornada da Intel em direção ao ressurgimento

Nos últimos anos, a Intel enfrentou obstáculos no mercado de CPUs, com concorrentes como a AMD desafiando seu domínio, levando a um declínio na participação de mercado e competitividade de produtos desde a 12 a geração do Alder Lake. Através do desenvolvimento de Panther Lake e Griffin Cove e uma abordagem mais elástica para a escolha de processos, a Intel exibe um potencial para um ressurgimento significativo. O Panther Lake está definido para oferecer uma melhoria dupla no desempenho de IA sobre Lunar Lake e Arrow Lake, enquanto o Griffin Cove está pronto para conferir ao Razer Lake um salto de desempenho ainda maior.

A Intel também planeja revelar os processadores Nova Lake em 2026, caracterizados por cores de desempenho Coyote Cove, cores de eficiência Arctic Wolf e potencialmente gráficos Xe4 core, com processos esperados para variar entre 14A da Intel ou 2nm da TSMC. Coletivamente, esses lançamentos são projetados para reforçar a presença da Intel nos mercados de PCs de IA e computação de alto desempenho.

A Intel enfrenta os desafios do mercado de processadores com uma abertura revitalizada e adaptabilidade. O progresso constante dos estágios iniciais de desenvolvimento da Panther Lake e Griffin Cove demonstram o foco da empresa não apenas em lançamentos de produtos de curto prazo, mas em pavimentar o caminho para avanços tecnológicos. Com uma ampla gama de opções de processo e projetos arquitetônicos inovadores, a Intel está pronta para remodelar sua posição no mercado global de processadores até 2025 e além.